sábado, 25 de setembro de 2010

Myrath – Prog Metal - Tunísia



Dias atrás estava procurando novas bandas para aumentar meu repertório e sair da mesmice de bandas que eu já ouvi trilhões de vezes.

Foi aí que, pesquisando em vários lugares, encontrei no Last recomendações de bandas relacionadas com o Orphaned Land. Um tal de Myrath. Pelo nome supõe-se que é banda árabe, mas o mais legal de tudo é que essa banda é da Tunísia, no norte da África, onde você menos imaginaria que uma banda de metal surgiria.

Com dois álbuns de estúdio, e já indo pro terceiro em 2011, a banda surgiu em 2001 (inicialmente como X-Tazy) quando o guitarrista Malek Ben Arbia possuía apenas 13 anos de idade. Seu som tem influencia nítida de Symphony X, mas com grande atmosfera de música típica do oriente. Os integrantes são competentes e em alguns momentos lembra bastante os veteranos do Dream Theater.

A banda acertou em cheio gravando o seu álbum de estréia Hope com uma performance que nos deixa espantados, isso mostra que o topo do metal progressivo não é inalcançável.

Guarde esse nome pois esses caras ainda vão dar muito o que falar.








Hope – 2007


01.: Intro  02:06
02.: Confession  06:37
03.: Hope  08:53
04.: Last Breath  04:23
05.: Seven Sins  11:23
06.: Fade Away  04:43
07.: All My Fears  05:12
08.: My Inner War  08:33








Desert Call – 2010

1. Forever And A Day   5:41
2. Tempests Of Sorrows   4:42
3. Desert Call   7:00
4. Madness   6:18
5. Silent Cries   10:48
6. Memories   4:53
7. Ironic Destiny   5:44
8. No Turning Back   5:38
9. Empty World   7:06
10. Shockwave  7:15

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Reflexão Noturna

Quanto mais aprendemos, mais percebemos o quão pouco sabemos. Tomando lições sobre o orgulho vemos o quanto somos insignificantes em nossas convicções. Julgamos as pessoas como se fossem de outra espécie, ou como se fossem um inimigo que nos fez um grande mal e nos prejudicou pro resto da vida. E o mais incrível é que essas vítimas na verdade não nos fizeram nenhum mal diretamente. Acho que se usássemos o tempo gasto em criticar para melhorar nós mesmos, o mundo estaria um pouco melhor, com certeza.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Bolsa Esquecida


Algumas situações na vida são definidas por ações que duram menos de 1 minuto. É incrível como apenas 30 segundos são tão importantes para a continuação da vida. São segundos decisivos e que mostram totalmente o andar da carruagem daqui pra frente. A conseqüência depende justamente desse precioso e curto espaço de tempo. É a partir dele que será definido como será o “depois”.

Digo isso ainda com mais certeza depois de algo que me aconteceu numa viagem de ônibus a Piracicaba.

Eram 16h00min e eu estava esperando o ônibus na pista entre Campinas e Sumaré. Acenei logo quando vi a silhueta do veículo para garantir que ele não passasse despercebido e eu ficasse plantado mais uma hora inteira ali naquele ponto que recebia com desdenho o vento cortante empurrado pelos carros e caminhões daquela rodovia. Aliás, esse vento prejudica totalmente minha visão, faz meu olho lacrimejar como se estivesse assistindo a um programa de humor da TV (de tão ruim que é!)

Após comprar a passagem vi que, se havia lugares vagos, eles estariam no final do corredor, ou seja, o que havia sobrado.

Dirigi-me então aos últimos assentos e sentei ao lado de um cara que parecia estar dormindo, apesar de não exibir certeza quanto a isso.

O problema de se sentar ao lado de homem, além de ser desagradável por natureza, é que ele já está exatamente na proporção desejada de “espaçosidade” que você queria ao se sentar em um ônibus de viagem. Por isso você não consegue ficar confortável o quanto queria. É sempre uma perna aberta invadindo seu espaço, um braço pontudo no apoio do banco, (aliás, esses apoios não foram fabricados para dois braços, nunca! É impossível manter dois braços de forma confortável nesses apoios). Resumindo você tem que ficar como se fosse um robô paralisado esperando desesperadamente a pessoa que está ao seu lado sair logo.

E ele saiu! Não antes de mim, mas saiu. É o momento de maior alívio quando se está dentro de um ônibus sem conseguir se movimentar. Demorou um pouco, o cara até se enrolou no momento que o fiscal entrou para verificar as passagens, ficou com uma cara de desespero porque não estava conseguindo encontrar seu bilhete. Procurou na mochila, na carteira, revirou a capa do banco da frente, o guarda jornal, e o fiscal chegou a sua fileira. A resposta foi direta “To procurando”. Disfarcei um sorriso na hora, ainda mais com o fone no ouvido pra ajudar, e ele continuou sua interminável busca enquanto o fiscal continuou seu trabalho nos demais lugares. Eu via o sofrimento naquela cara desesperada, temendo que algo viesse a acontecer. Por fim colocou a mão embaixo da capa do banco que estava a minha frente e tirou dali um papel amarelo contendo as informações do passaporte. A grande questão agora é se aquela passagem era dele mesmo ou se ele havia achado e a usaria para se livrar do fiscal. O engraçado foi que, quando o fiscal acabou de verificar todos os bilhetes, ele segurou o bilhete esperando o homem voltar. A decepção maior foi que o fiscal passou largo e reto direto ao motorista. O cara parecia ter ficado bravo com a procura vã de seu falso bilhete. Então o amassou e retornou ao seu lugar de origem: embaixo da capa do banco dianteiro. Essa cena me divertiu um bocado naquela viagem desconfortável.

Mas o foco do meu post não é essa situação, e sim a seguinte, que irei explicar detalhadamente sem me estender muito.

Havia um casal com um bebê logo a frente desde o começo da viagem. Enquanto isso ia observando qual pessoa daquelas todas iria se levantar e deixar um lugar vago para que finalmente eu pudesse fazer uma viagem “espaçosa”. Quando menos esperava o casal se levantou e se dirigiu até ao motorista para solicitar a parada. Nesse momento fui direto ao lugar, afinal eram dois lugares vagos, e aí eu poderia governar aquele espaço até algum “sortudo” escolher o banco ao lado e sofrer como eu sofri com o Louco do Bilhete.

Eu poderia ter hesitado. Poderia ter aguardado um pouco para não fazer papel de desesperado por lugares vagos. Mas não, eu fui direto sem transparecer impaciência, como se houvesse entrado no veículo naquele momento. Ao chegar ao lugar, visualizei de primeira uma bolsa cor de tecido de barbante no canto, embaixo da janela. Eu poderia ter pensado, poderia ter demorado e ficar imaginando o que havia naquela bolsa. Então eu olhei pra frente e vi o casal se preparando para descer. Naquele momento você não para pra pensar muito, porque se pensar por mais de 10 segundos, a conseqüência pode durar bem mais do que míseros segundos.

Rapidamente peguei a bolsa e levei até a mulher que estava com o filho no colo. Perguntei “Moça, essa bolsa é sua?” então ela respondeu com um ar de espanto “É sim, olha só, já ia esquecendo e ia ficar aqui”. Após o agradecimento rápido, voltei-me ao lugar que havia sido ocupado pela bolsa e fiquei refletindo.

“Como uma simples e rápida ação influencia diretamente no futuro, por mais comum que seja, até algo em que estamos acostumados a fazer. Por outro lado, se pensarmos muito, ou demorarmos, isso pode nos acarretar outro futuro e outra conseqüência, as vezes mais perigosa e arriscada." Tive um deja-vu do filme Efeito Borboleta.

Tenho certeza de que há um propósito em todas as nossas ações. E essa que aconteceu no ônibus me deixou muito feliz de poder ter contribuído para o bem de um casal desconhecido, mesmo sabendo que posso não encontrá-los nunca mais.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dream Theater: Mike Portnoy anuncia saída da banda



O baterista e fundador do Dream Theater, Mike Portnoy, anunciou hoje, 8 de setembro de 2010, que deixou a banda. Na carta de Mike, que pode ser acessada em seu facebook, ele explica os motivos de sua saída, dizendo que está tendo mais diversão e melhores relações pessoais com os demais projetos, entre eles, o AVENGED SEVENFOLD, que tocará no SWU dia 11 de outubro em Itu / SP. Ele tentou dar um tempo com a banda, para retornar com as baterias recarregadas, mas os demais membros do Dream Theater  não compartilharam de seus sentimentos, o que causou o rompimento.

Leia a tradução do texto completo de Mike:

Estou prestes a escrever algo que nunca imaginei que fosse escrever:
Após 25 anos, decidi deixar o Dream Theater (banda que fundei, liderei e amei verdadeiramente por um quarto de século).

Para várias pessoas isto será um choque completo e também provavelmente será incompreendido por alguns, mas por favor acreditem que não é uma decisão impensada. É algo com o que vinha lutando desde mais ou menos o último ano.

Após ter experiências tão incríveis tocando com o Hail, Transatlantic e Avenged Sevenfold neste último ano, concluí tristemente que me divirto mais e me relaciono melhor com esses outros projetos do que tenho com o Dream Theater há algum tempo.

Por favor não me interpretem mal, amo os caras do DT de verdade e temos uma longa história de amizade que nos une profundamente. É que realmente acho que precisamos de uma pausa.

O Dream Theater sempre foi meu bebê e eu tomei conta desse bebê cada dia e momento da minha vida desde 1985 - 24 horas por dia, 365 dias por ano. Estar de férias com o DT não significa não ter responsabilidades (mesmo quando estávamos "parados")... sempre estive trabalhando e muito além do que a maioria das pessoas sãs fariam por uma banda.

Mas cheguei a conclusão de que a máquina DT estava começando a me desgastar e realmente precisava de uma pausa da banda com o intuito de salvar meu relacionamento com os outros membros e manter meu espírito do DT alimentado e inspirado.

Nós temos estado num ciclo de escrever/gravar/fazer turnês por quase 20 anos agora (em que eu tomei conta de CADA aspecto sem uma folga) e enquanto alguns meses têm sido muito necessários, eu honestamente esperava que o grupo pudesse simplesmente concordar comigo tendo uma espécie de "hiato" para recarregarmos nossas baterias e "salvar-me de nós mesmos".

Infelizmente, discutindo isto com os caras, eles determinaram que não compartilham dos meus sentimentos e decidiram continuar sem mim ao invés de dar um descanso. Eu até mesmo me ofereci para fazer alguns trabalhos ocasionais ao longo de 2011 (contra meus desejos iniciais), mas não era para ser...

Enquanto dói sinceramente para mim só de pensar em um Dream Theater sem Mike Portnoy (infernos, meu pai nomeou a banda!!), eu não quero ficar no caminho deles, então optei por me sacrificar e simplesmente deixar a banda para não segurá-los contra seus desejos...

Curiosamente, acabei de ler uma entrevista que dei recentemente em que me perguntaram sobre o futuro do DT e falei sobre "sempre seguir seu coração e ser fiel a si mesmo". Infelizmente, preciso dizer que neste momento em específico, meu coração não está com o Dream Theater... e eu simplesmente iria ignorar minhas emoções e NÃO seria fiel a mim mesmo se continuasse motivado por obrigação sem tirar as férias que eu senti que necessitava.

Desejo aos caras o melhor e espero que a música e o legado que criamos juntos seja curtido por fãs nas próximas décadas. Estou orgulhoso de cada álbum que fizemos, cada música que escrevemos e cada show que tocamos.
Sinto muito aos fãs do DT desapontados pelo mundo... eu realmente tentei salvar a situação e fazer funcionar. Eu realmente só queria uma pausa (não uma separação), mas felicidade não pode ser forçada e precisa vir de dentro.

Vocês, fãs do DT, são os maiores fãs do mundo e, como vocês todos sabem, sempre trabalhei duro por vocês e espero que continuem comigo na minha futura jornada musical, não importa aonde isso possa me levar - e como todos vocês conhecem minha ética de trabalho, com certeza não haverá escassez de projetos futuros do MP!

Infelizmente,

Seu destemido ex-líder e baterista,

Mike Portnoy

(Fonte - Whiplash)

Realmente, por essa eu não esperava. Fiquei muito triste mesmo. Eu imaginava que qualquer um da banda (exceto o Petrucci) poderia sair, e justo o líder da banda sai? Posso não ter certeza, mas acho que tem cheiro de Avenged Sevenfold, até porque eles estão sem baterista e o Portnoy vem demonstrando bastante alegria ao tocar com os caras.


Não sei se a banda continua, pode ser que sim, pode ser que não. O mais interessante é a expectativa de saber quem pode ser o substituto. Ou eles pegam a um baterista de renome com a mesma capacidade de criatividade ou surge um desconhecido que surpreende a todos e traz o fôlego de volta à banda. Especulações citam Aquiles Priester e Joey Jordison. É muito cedo pra dizer.

Eu não estava dando muita atenção pro DT ultimamente se comparar com o quanto eu acompanhava a banda nos primórdios da minha loucura pela banda. Acho que isso acabou impactando diretamente no Portnoy também.

Ainda tenho esperança de que ele volte, afinal, o mundo dá voltas.

Mas eu espero de verdade que coisas boas podem e vão acontecer desse ponto em diante. Digo isso pros dois lados.

To perdido agora.

*Lost in Hollywood - System of a Down

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Time Out


É até meio engraçado, mas nessa semana, todos os dias estavam parecendo sexta-feira. Sempre terminavam com aquele clima "Vamos todos embora no horário porque hoje é sexta!" Enquanto algumas semanas custam a passar, outras simplesmente gostam de voar e tirar sarro da nossa cara, dizendo o seguinte: Sou eu (Tempo) quem manda aqui!
Realmente, o senhor Tempo não obedece ninguém, ele não tem chefe. Você apenas cumpre o que ele deseja, e na velocidade que ele bem entender.

Antes eu tinha muito mais tempo pra fazer as coisas. Quando você ainda é criança, não vê a hora de ficar adulto logo pra fazer o que bem entender. Mas é aí que você acaba caindo na sua própria armadilha. Você até "pode" e consegue (às vezes) fazer o que quiser, mas acaba adquirindo responsabilidade ao longo do tempo. Essa responsabilidade acaba te deixando sem tempo pra fazer as coisas. Preso num círculo, não?

Admito que de um tempo pra cá, há mais ou menos uns cinco anos, amadureci bastante e de uma forma meio espantosa. Quando eu percebi, já estava lá, exercendo a função de um responsável e entendendo os riscos e as consequências que geralmente isso possui. A reflexão me ajudou muito a terminar de formar meu caráter e, de certa forma, me amadureceu no tempo certo e de maneira correta.

O tempo pode ser nosso grande aliado, mas também nosso maior inimigo. Cabe a você decidir o que ele será.