sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Moderno


Moderno.

Já parou pra pensar nessa palavra?


Segundo o dicionário Moderno
(do latim modernu) significa algo que é recente, novo. Esses dias, parando pra pensar nessa simples palavra num dia qualquer, (e ainda nem me lembro o porque me veio na mente) “moderno” tem um sentido mais amplo e ao mesmo tempo contraditório.

Enquanto assistia o clássico Tempos Modernos (1936) do Charles Chaplin, aliás, recomendo a todos, filme muito bom, comecei a viajar no significado do título da película. Fiquem tranquilos que não irei estragar o filme, só irei explicar do que se trata: seu famoso personagem está numa época em que as máquinas estão dominando todos os lugares. Ele, um simples operário, trabalha na área de produção e se vê obrigado a acompanhar o mesmo ritmo das máquinas, que não é nem um pouco confortável de se trabalhar. Ao ver essa cena me identifiquei muito com o processo de trabalho da fábrica pois lembrei da época em que fui peão na conhecida e renomada fábrica de sucos Del Valle. A viagem pode ir até mais longe, pois toda área de produção é assim: o operário tem poucos privilégios em relação a quantidade de tarefas que lhe são designadas. Sinto falta do relacionamento entre os funcionários da produção, mais exatamente do nosso setor, pois cada turno tinha que fazer o seu papel para poder entregar ao próximo grupo em perfeito estado. Isso fazia nosso time ser unido e o esforço para margem de erros ser mínima era grande.


Mas voltando ao filme, perceberemos enquanto assistimos que tudo aquilo que é mostrado é considerado o topo do nível, tanto em tecnologia, quanto o modo de se vestir, assim como também as atitudes da época. Hoje, se analisarmos a grosso modo todos esses detalhes veremos que tudo isso soa arcaico demais, ou frases como “isso é da época da minha vovózinha”. Certamente conseguimos recordar com facilidade das histórias dos nosso avós, aquelas cheias de aventuras e mistérios, que nos deixavam de boca aberta e ficávamos espantados pela atmosfera do conto enquanto ouvíamos. É claro que nessa idade tudo é espantoso demais e qualquer coisa é novidade. Logo, ao vermos na tela algo que sempre ouvíamos quando éramos menores, isso nos causa uma sensação de Déjà vu.


Portanto, considerando esse argumento, o que definimos por ciclo, aquilo que vivemos hoje será velhice para nossos filhos e netos, ao passo que, para eles, de primeiro momento soará novo aos seus ouvidos mas logo será usado e gasto.

Sendo assim, a palavra moderno é temporária e eterna ao mesmo tempo. Temporária pois aquilo que é chamado de moderno, só é considerado assim para uam época ou por período específico, enquanto tudo o que transparecer inovador, inédito ou nunca visto, isto também será moderno. E para concluir, o moderno atual nunca será totalmente inédito, pois sempre será baseado em algo que já existe ou ja existiu.


“... enquanto o moderno de ontem é o obsoleto de hoje e o ultrapassado de amanhã...”